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quinta-feira, 15 de março de 2018

A Liberdade de Poder

Sentindo na pele a importância do empoderamento negro e sua manifestação no meu dia a dia


    Ao longo do meu processo de autoconhecimento pessoal e também como mulher negra, venho me aprofundando meus conhecimentos com tudo que venho vendo. Vou empoderando meus pensamento e minhas criticas e avaliando toda e qualquer manifestação que seja de maneira opressora em relação minha negritude.

Estou conhecendo como e ser empoderada na ''pele''

   Aos poucos fui valorizando meus cabelos crespos e após colocar minhas tão desejadas tranças percebi uma pressão por manter meu cabelo sempre muito arrumado e impecável, não que estivesse realmente desarrumado, mas por aparentar ser legitimamente negro.
   Foi aí que vi de perto a importância do empoderamento, que se empoderar e dar poder e ter esse poder de não ter medo de ser livre e expressar a realidade de quem realmente é.
''Eu digo o que a liberdade significa para mim; não ter medo''Nina Simone
  Vou dar a vocês um exemplo que me emocionou muito e que me fez repensar e reafirmar minhas opiniões.Esse exemplo vem de Djamila Ribeiro em umas de suas postagens na rede social.

Foto de seu instagram @djamilaribeiro

''Foto de 2016.Adoro ela. A raiz dos meus cabelos está a mostra, assim como alguns cabelos brancos.
Eu gosto de mostrar o que para muitas é feio ou desleixo.Existe uma pressão para refazer as tranças assim que os primeiros cabelos teimam em ficar visíveis, só seguindo a natureza do fluxo. Eu não cedo.Não sou uma boneca ou plástica e tampouco me envergonho dos meus cabelos crespos.Essa foto era para uma revista e fui refazer  as tranças.Quando me perguntam se eu vou refazer por conta da raiz, eu respondo: qual o problema em aparecer? São só meus cabelos.''💓






''Empoderamento e ter consciência de sua ação e saber quando você age mudam coisas que estão no âmbito coletivo'' Nataly Neri

 Pode parecer que não, mas essas pequenas opressões fazem algumas diferenças em nossas vidas e atitudes de modo negativo .Meu posicionamento foi de questionar e não acatar as pressões para ter um visual que agradasse  e assim pude enxergar a manipulação que as vezes vem em forma sutil como um elogio, mas acaba nos deslocando de nossa verdade, fazendo que rejeitemos aquilo que nos pertence. Vamos então entender que empoderamento e feito dia-dia saindo de um indivíduo e influenciando quem está a sua volta. Então temos um coletivo empoderado que permite a cada um ter a sua liberdade.






terça-feira, 29 de novembro de 2016

Do Preto o que é do Preto para o Preto

Pretos e pretas olha nossa feira aí!!!      

Adriana Barbosa

       Sábado foi um dia e tanto para o Rio de Janeiro que recebeu pela primeira vez um grande evento que é a Feira Preta, e nosso Black não poderiam ficar de fora então fomos ver o que tem de mais interessante do afro-empreendedorismo, que tem foco no empreendedor negro e em seu produto, além de ser voltada para nós o público negro, que podemos encontrar um mercado pensado para nós.
      Perguntamos a organizadora do evento Adriana Barbosa sobre a importância da Feira Preta
para o empreendedorismo negro e sua primeira exposição no rio. Ela diz que "aqui no Rio tem uma efervescência cultural negra muito forte e um contexto com o empreendedorismo também muito forte por conta de muitas redes de afro-empreendedores, então estar aqui na Praça Mauá um território do samba um território que é de preto com a Feira Preta e muito simbólico e especial e como se eu voltasse há 15 anos e começasse na Praça Benedito Calixto em São Paulo”. E ela finaliza dizendo “redescobrimos um novo espaço”.
Chad e seus produtos
Comecei pela do Alquimista de Chad, que nos traz produtos naturais voltados para a estética negra, tem xampu/sabão, óleo de coco entre outros muitos produtos desenvolvidos pelo próprio Chad. 











E conhecemos também a simpaticíssima Elcy Machado Anjus Cabeleireiros e me encantei com os ouriçadores incríveis que não consegui resistir e levei um comigo.
  









Na exposição de Odara, conheci o empreendedorismo familiar, uma exposição que se iniciou há apenas oito meses, traz consigo um trabalho personalizado e detalhado das peças, brincos da marca Odara traz uma nova pegada na moda afro.



Odara


KOKY






Quem gosta de doce? Eu amo! Brigadeiro então nem se fala. Agora um doce com gosto de doce, gostoso como doce, e que não te engorda!!!
Acho que e difícil resistir, e toda essa doçura que falo eu encontrei na exposição do KOKY Alimentos, eles fazem brigadeiros de uma forma mais saudável, são doces criativos e funcionais, eu experimentei e realmente são uma delícia.

    

 






Negafulô








Não posso me esquecer da exposição de bonecas feitas artesanalmente pela Negafulô, trocamos figurinhas de como fazer o que se ama é satisfatório, ela com suas bonecas e eu com meu Black.















Dryca










E a simpática Dryca que me mostrou sua exposição de brincos afros e me indicou brincos que combinavam comigo, não resisti e tanto aconchegos e levei dois brincos.



















Também tem a interessantíssima exposição de IBEJÚ que nos traz produtos de limpeza artesanais e orgânicos, onde encontramos vários produtos de limpeza para o  seu lar e que não agride a natureza e nem sua saúde.
   


Ibejí e seu stand na feira

Ai que fofura que são as crianças do grupo Crespinhos SA, que fazem parte de um projeto de emponderamento infantil, e fizeram uma bela apresentação no evento. Colaborar e trabalhar desde a infância o emponderamento negro em crianças e um dos mais importantes ferramentas para lutar pelo fim da desigualdade racial.
Os fofíssimos do Crespinho SA



Os contatos de todos esses empreendedores estão logo abaixo:
O Alquimista de Chad: www.oalquimistadechad.com
Ibejí Limpeza Consciente: ibejilimpezaconsciente@gmail.com
Negríssima Acessório; Facebook @negrissimaacessorio
Odara Facebook @aodaraartesanato
Anjus Cabelereiros: www.anjuscabelereiros.blogspot.com
Crespinhos SA: www.lulueliliacessorios.com.br







domingo, 20 de novembro de 2016

Eu não cresci negra!!!!!




Vamos falar de Consciência Negra, esse dia que politicamente é marcado pelo sentimento de dever e moralidade do governo Brasileiro para com a população negra, mas esse não é o ponto mais importante, a Consciência Negra vai além disso, vem para fazer com que o negro possa ser negro em uma sociedade baseada em padrões europeus.

Vou contar minha história para vocês entenderem melhor.

Eu sou negra, minha pele é negra, meu cabelo é crespo e meu nariz é largo, mas eu não cresci negra!!!!

Isso foi algo que acabo de descobrir porque minha infância e adolescência eu não tive influências negras e não bastava ser afastada da cultura negra, era a mim imposta a padronização europeia que persiste até hoje na sociedade brasileira.

Logo nos meus primeiros anos de escola um fato marcou essa desvalorização do negro, minha pele negra "não era cor de pele", pois existia um lápis de cor cujo o nome era "cor de pele", essa cor era de "pele clara" os desenhos de todos da classe eram do mesmo tom. DETALHE ISTO ERA VISTO COMO NORMAL.

E antes mesmo da adolescência eu era submetida a procedimentos de alisamento de cabelo porque o padrão obvio era cabelo liso, isso acabou com meu cabelo que natural era muito lindo, mas eu não enxergava isso porque quanto mais negro mais feio então isso prejudicou ele. Sozinha escondida cortei meu cabelo, como não sabia cuidar dele decidi escova-lo para e não embaraçar e mantê-lo preso em um coque e os fios da frente eu fazia uma trança nagô (que é meu xodó e uso até hoje) para que pudesse crescer pois não achava bonito e nem sabia fazer penteados. Era a maneira que encontrei de protege-lo até que ficasse grande porque era meu sonho ter um cabelo comprido e crespo.

 A minha consciência negra veio aos poucos quando cheguei ao Rio, onde estou sendo eu mesma, NEGRA, foi aos poucos com toques das pessoas, dicas de como me arrumar, me impulsionaram a soltar o cabelo e usar um Black, coisa que nunca tinha feito na vida e essas atitudes me trouxeram algo que estava congelado, minha autoestima.

Então quando falamos em Consciência Negra, não apenas comemoramos um dia para pensar no negro e sim uma data especial para a expressão da cultura africana em cada um de nós, respeitar nossas características sem criar estereótipos. E outra, dizer que na verdade precisamos de um dia de consciência humana é mais uma maneira de ignorar a luta dos movimentos negros que buscam a igualdade racial que hoje ainda não foi alcançada.

Eu sou um desses exemplos, que somente aos 20 anos comecei a me ver como negra, e depois de analisar a real importância deste dia entendi que não e fácil lutar por algo que persiste por mais de 100 anos que é o racismo incorporado no pensamento crítico.